TIPOS DE CALCÁRIO
O QUE É E COMO UTILIZAR
O Calcário Calcítico é um corretivo agrícola rico em carbonato, capaz de neutralizar a acidez do solo, melhorar suas propriedades químicas e favorecer a fertilidade do solo.
Esse tema ganha enorme importância quando consideramos que cerca de 70% dos solos cultivados no Brasil são excessivamente ácidos. Além disso, o preço desse insumo, que segue crescendo, pode tornar o empreendimento agrícola inviável.
Da mesma forma que outros insumos dessa categoria, o que determina a qualidade do calcário calcítico é seu poder neutralizante. Neste artigo, falaremos o que você precisa saber a respeito de calcário calcítico e como avaliar se ele é de qualidade ou não.
O QUE É CALCÁRIO CALCÍTICO?
Corretivos agrícolas são substâncias ricas em hidróxidos, carbonatos, óxidos, silicatos de cálcio ou magnésio. Portanto, o calcário calcítico é um corretivo rico em carbonato de cálcio (CaCo3). Ele se diferencia dos outros calcários pela quantidade de Magnésio (baixa) e Cálcio (alta) – por isso seu nome, “Calcítico”.
0 - 5% Mg = Calcítico
No caso do calcário calcítico, a molécula neutralizante é o carbonato de cálcio.
QUANDO USAR O CALCÁRIO CALCÍTICO?
Antes de fazer qualquer tipo de recomendação de aplicação de insumo agrícola, é essencial realizar a análise de solo, e um agrônomo fazer uma avaliação das condições do solo.
Deve-se observar principalmente as quantidades de cálcio e o tipo de espécie que se pretende implantar. Caso a espécie seja exigente em cálcio, isto é – não tenha condições de crescer caso esse nutriente não esteja presente – e o solo for pobre em cálcio, a aplicação de calcário calcítico pode ser a melhor saída. Note, neste exemplo de um laudo de análise de solo, que tanto o calcário calcítico quanto o dolomítico e o magnesiano fornecem cálcio, porém em concentrações menores.
As informações que irão embasar a decisão pela aplicação ou não de calcário calcítico – e de outros corretivos – são feitas conforme as espécies que se deseja cultivar e o sistema de manejo do solo que se irá adotar. Atualmente, as recomendações de calagem são feitas considerando-se, simultaneamente:
Diferentes valores de pH
Cálculo de saturação por bases
Saturação por alumínio
O calcário calcítico também e amplamente usado na nutrição animal, na fabricação de sal mineral e rações.
CALCÁRIO CALCÍTICO
CALCÁRIO MAGNESIANO
O QUE É E COMO UTILIZAR
O calcário magnesiano ( Teor de MgO entre 5% e 12%) é obtido de rochas, cujo mineral predominante é a magnesita. Em solo com teores equilibrados de cálcio e magnésio, este tipo de calcário é sugerido para manter estes elementos nas quantidades adequadas.
Corrige a acidez do solo, neutralizando o (H+) / (Al3)
CALCÁRIO DOLOMÍTICO
O QUE É E PARA QUE SERVE
O calcário dolomítico ( Teor de MgO >12%) é crucial para a produtividade da sua lavoura. Não é por acaso que este aditivo mineral é tão usado em plantações de todo Brasil, sejam elas de pequena, média ou grande extensão. Confira este artigo e veja com detalhes todos os benefícios que ele oferece.
Por que o calcário dolomítico é tão importante na produção agrícola?
A função essencial do calcário dolomítico é recuperar o solo e proporcionar as melhores condições para o plantio. O bom desenvolvimento das plantas e rendimento da colheita dependem totalmente desta fase de preparo.
Por mais que a atividade agrícola requeira rapidez, o descanso do solo e preparo adequado são essenciais para garantir a fertilidade. Este processo de recuperação utilizando calcário é chamado de calagem. Ainda que ela seja considerada uma técnica básica, a calagem é uma das práticas mais essenciais para garantir os melhores resultados na atividade agrícola.
O calcário dolomítico equilibra a acidez
Esse tipo de calcário corrige a acidez do solo, tornando-o mais propício à disponibilidade de nutrientes essenciais para as plantas. Ele é composto por níveis adequados de cálcio e magnésio, dois elementos essenciais para reduzir a acidez e elevar a qualidade do solo.
O indicado é que essa correção ocorra de 60 a 90 dias antes do plantio. Dessa forma, a alta concentração de nutrientes fará com que as plantas apresentem o melhor desempenho em todas as etapas do cultivo. Além disso, essa concentração de nutrientes torna o solo e as plantas mais resistentes a diversos fatores externos (períodos de pouca chuva, pragas etc.).
5 benefícios do calcário dolomítico para a agricultura
Ao disponibilizar níveis equilibrados de cálcio e magnésio, o calcário dolomítico gera diversos benefícios para o solo. Cada um deles é o que garante o sucesso da colheita.
1 – Alta concentração de nutrientes
Calcário dolomítico torna o solo mais fértil. Isso acontece porque ao corrigir a acidez, naturalmente há maior disponibilidade de macro e micronutrientes essenciais para as plantas.
De acordo com dados da Embrapa, os macronutrientes de maior relevância para o desenvolvimento das plantas são: nitrogênio, cálcio, magnésio, enxofre, potássio e fósforo. Quanto aos micronutrientes, os mais importantes são: zinco, manganês, boro, cloro, cobre, molibdênio e ferro. Todos estes nutrientes consistem no alimento das plantas.
2 – Aumento do pH
Ao neutralizar a acidez, o efeito positivo do calcário dolomítico também atua no equilíbrio do pH do solo. Por influenciar no crescimento dos vegetais, este fator está totalmente relacionado à produtividade. Além dos cuidados com o pH serem necessários antes do plantio, eles são fundamentais para manter as melhores condições do solo ao longo do tempo.
3 – Eliminação de elementos tóxicos
O uso do calcário dolomítico contribui para remover elementos que são tóxicos ao solo. Dois dos principais são o alumínio e o manganês. Isso é essencial para garantir a sanidade das plantas e conservar o solo fértil.
4 – Melhora das condições biológicas do solo
Quando o calcário dolomítico e demais minerais são utilizados no preparo do solo, há um ganho imenso em termos de condições biológicas. Essas condições determinam o bom andamento de todas as etapas do cultivo e são essenciais para o sucesso da colheita.
5 – Prática sustentável
O uso de itens minerais como o calcário dolomítico favorece a preservação dos recursos naturais, já que não gera danos ao meio ambiente. Este benefício também contribui para as boas condições do solo no decorrer do tempo e proporciona uma recuperação mais rápida após a colheita.